28 de fevereiro de 2007

horóscopo Leão
O festeiro/a leonino/a estará passando por uma fase muito íntima e colocando na balança o que realmente é importante se ter. A Lua em seu signo ajuda nessa organização interior.


Hora de colocar a casa em ordem. Sem adsl, sem chamadas feitas por mim no telefone fixo. Com clarice no coração e nas entrelinhas.

See ya later, space cowboy!

koko

27 de fevereiro de 2007

anedota s. f.

do Gr. anékdotos, não publicado
s. f.,
narração sucinta de um facto jocoso;
particularidade engraçada, histórica ou lendária.


fonte: Dicionário Online de Lingua Portuguesa Priberam (link ali do lado)

Anedotas são textos incompletos e rabiscos permanentes. São rascunhos factuais e totalmente despropositais de um dia-a-dia normal. Fatos interessantes para o narrador e observador que procura ver simplicidade em tudo que vê. Uma andorinha se torna uma anedota se cai e quebra a perna. O ciúme não. Isto é passionalidade.


Encontros estimulantes I

A humanidade luta contra seu eu desconhecido.
Eu debato com pessoas sem rostos a procura da mesma humanidade.

Escrevo um livro de memórias sem lembranças. Onde o conhecimento é fruto das concomitâncias e o pecado está na leitura destes escritos.

"O principal defeito das crianças, além de não fumarem o bastante, é que quase sempre estão acompanhadas de adultos."


Doações Parte III

"Orador é aquele que faz a oração na despedida"
e
"As guerras acabam. Mas as ruas nunca ficam prontas!"
Marcus Vinicius Leite.


Achados e Perdidos no órkute
(Pérolas mortais)

Além de poser e chata, estou como uma boba apaixonada pela minha própria face.

"Chuck Norris pediu um Big Mac no Bob's.
Ele foi atendido. "

"Quando o Bicho Papão vai dormir,
ele deixa a luz acesa com medo de Chuck Norris. "

"Atire se for homem!"

"Se casamento fosse bom não haveria testemunha... Cristo chegou aos 33 sem casar e morreu feliz por "salvar" a humanidade, mas aposto que iria casar depois dos 35, pois é ae que a vida começa a ser vivida, antes disso é só aprendizado."
Comunidade: Só caso depois dos 35!


(...)
E finalmente, Poema no final da tarde

Um Dia de Chuva

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é. "
Fernando Pessoa

Capítulo Um

Acordei.
Era esta a sensação que ângela tanto procurava. Mas certas dúvidas ainda circundavam o seu dia. Ao se levantar para o almoço, a garota ainda não sabia se o dia poderia se tornar em um bom ou em um mau dia. Tanto faz, isso não a importava muito. Mas o que importa afinal? Sentada na cama com os olhos fixos na parece descascada, que um dia já adornou posteres de hérois de televisão e desenhos animados, Ângela só conseguia pensar em uma única coisa. Algo que alegrava seus dias sem muita movimentação. E pensou.

Foi até a janela do seu quarto olhar as árvores. Não é facil se manter saudável morando no décimo quarto andar de um prédio de escritórios. Quando ela pensou em se mudar e não tinha para onde ir, passeando pelo centro da cidade cinza, viu um prédio bonito e bem alto. Acostumada a árvores maiores que prédios, a única coisa que passou pela sua cabeça seria a ideia de morar em uma árvore de concreto. E foi assim que se decidiu. Passou um dia, uma semana, meses e ela ainda continuava lá. Talvez seja por isso que pouca coisa muda dentro dela.

A sensação que se obtem ao morar tão distante do solo é que se algum dia, por ventura, se decidir sentir uma boa vibração, pular do décimo quarto andar poderia ser algo reconfortador. Mas não era isso que ela procurava. E nem tentava, também. Era dia de são valentim. E estranhamente uma borboleta branca alcançou a janela do quarto (que algum dia iria se tornar escritório dentário). Borboletas costumam viver apenas um dia. Estranho pensar naquela larva tentando subir tão alto.

Com aquilo na cabeça, e outras tantas distrações, a garota começou a se aprontar. Vestiu o jeans surrado antigo, uma camiseta preta que virara cinza e resolveu enfrentar as ruas. Há alguns anos, o dia quatorze de fevereiro, era quase um dia mítico (por falta de palavra melhor). Sempre acontecia algo bacana. É quase como o primeiro dia do ano, ele vem aos poucos transformando orvalho em calor para depois reverenciar a noite com um tórrido frio. No apartamento de ângela não existem cobertores. E nem geladeira. Por isso logo que desceu as escadas (o elevador fora desativado há muito tempo), sempre sorria para a dona da lanchonete da esquina. As vezes um sorriso pode salvar uma vida. E Ângela sabia disso. Era a sua garantia de sobrevivencia.

As ruas estavam meio molhadas e sujas de papel. No butequim do Seu Geraldo, ela reencontrava amigos de luta. Sergio, Paulo e Fernando já estavam lá quando ângela filava um pão com mortadela (sua salvação). Estava morrendo de fome, e os amigos que sempre a ajudavam perceberam que um sorriso bobo estava em sua face. Mas ela não falava. Não podia. Não queria. Deixar escapar uma palavra é quase que cometer um assassinato. Matar as boas sensações com classificações mundanas do sentido da felicidade. Alegria, para ela, não era contar o que de bom estava acontecendo com seu coração, corpo e algo. Alegria era estar ali. Quieta. Esperando.

E demorou muito até seu pequeno segredo ser descoberto. Enquanto isso, a nicotina, o velho companheiro de instabilidade, inspirava suspiros aleatórios entre uma baforada e outra. É bom não se manter saudável em certos momentos. E diante os últimos dias era só isso que a tornava mais tranquila. Algo acontecia, e ressucitara em seu corpo uma sensação de angustia profunda. Suas teorias de ação e reação já estavam muito batidas, e ela tinha receios de voltar a abrir seu coração. Mas a vontade de não evitar era tão forte.

Em um dos dias mais cinzos da última semana, quando ângela passeava na esquina da rua parda, seu coração disparou. Fulminante como uma parada cardiaca, a menina-mulher não teve reação. Ela o vira. Pobre rapaz. Sua beleza era estarrecedora, e o olhar inquietante. Assim como ângela, e foi por este sentido de que a disparada nao era recente que a angustia cresceu dentro da menina. Foi muito rápido, não deu para fazer muita coisa, a não ser sorrir. E foi exatamente o que fizeram. Desde então, a menina planejava sua rotina voltada a busca daquele sorriso. Era só isso que a tornava alegre. E ela queria muito voltar a ser.

26 de fevereiro de 2007

Há muito tempo atrás, quando estava perdido na terra do nunca e ainda existia um 'pra sempre' só meu.
Frases de (re)conforto, re(confor)tantes e para sempre reconfor(tá)veis!

"Perdi meu único amor para o vento dos infortunios e meu raio-de-sol para as sombras do eterno nunca"

Enquanto isso, recebo por email anedotas de presente.

"Para atravessar o rio tem de ser pela corda,
então nao precisamos olhar para a água, não é mesmo?"

mesmo =)
Não paro em lugar nenhum.
Não termino coisa alguma.
Sou feito de reboco, descascado e sem muita fixação.

Esqueçam dela.
Procurem por ele.
Enquanto existir insegurança a terra vai girar e mediocres gordos lavam carros vermelhos no domingo, escutando junkebox.

raugh!

24 de fevereiro de 2007

Já se passaram uns seis meses desde que ganhei minha primeira concessao de uso indeterminado. O objeto é um santana volksvagen 96/96 verde-esmeralda-cromado-vidros-fumê lindão da mamãe aqui. Nele tem de tudo e mais um pouco: cassettes, pó, fita métrica, convites para o circo, livros da monografia, sacolinha de lixo Amil que meu cunhado me deu de bom grado, até a flanelinha de carro vermelha que minha mamys (real dona do carro) fez especialmente para a ocasião (afinal minha cor predileta é vermelho - tem o rosa o azul e o preto tb =] ). O problema é que andar neste calhambeque é que, além dele ser um ponto oito (vrum vrum), ele tem uns itens adicionais beeem bacanas que sempre me deixam feliz. O chato é que volta e meia um botao ou outro desaparece. Já tentei contactar bons detetives, para reavê-los, mas ultimamente virou meio que missão impossível. Então este dialogozinho aí de baixo sempre aparece quando uma pessoa nova experimenta a sensação de emoção e aventura quando a yoko dirige o chuck (norris é o nome que dei a ele pela quantidade de retrovisores que costumamos arrancar. O bacana é que o do chuck continua intacto O.o...).

perguntas recorrentes ao meu querido chuck-calhambeque:

- onde está o pisca alerta?
- foi tragado pelas profundezas do mar sem fim - Respondo.
- aãh?
- tá emperrado neste buraco aí e não sai nem a pau!
- aaah, menos mal. pensei que não tivessem fabricado em santanas volks...
- ¬¬'...

kokohare a sua amiguinha que parece um pequeno grande rinoceronte cor-de-rosa e totalmente bruta.
ou não?



música: Calhambeque (road hog)
álbum: É Proibido Fumar! (1964)
artista: Roberto Carlos

23 de fevereiro de 2007

Coletanea Elvis, 30 nº 1 hits

Hey now, if your baby leaves you, and you got a tale to tell.
Just take a walk down lonely street to Heartbreak Hotel.

...
Let's walk up to the preacher and let us say I do,
Then you'll know you'll have me, and I'll know that I'll have you...

...
Wop-bop-a-loom-a-boom-bam-boom tutti fruttiau rutti tutti frutti au rutti tutti fruttiau rutti tutti frutti au rutti tutti fruttiau rutti wop-bop-a-loom-bop-a-boom-bam-boom

...
My baby knows just how to treat me right.
Gives me plenty loving: morning, noon, and night.

--
Tudo o que parece ser, pode não parecer que é.
Mas no fim acaba parecendo que é.

Inquieto, estou. Esperar para que, se não há o que encontrar? Nas músicas me arrependo de ter ido tão longe e tão rápido. Incerto coração, pare de pulsar ou enlouquecerei com este infortúnio que criei com minhas próprias mãos de fada operária. Poemas são para poetas! Para outro mundo lanço os que de normas precisam. Farto estou de tudo o que me estafa. E em primeira pessoa eu proibo que isto vá adiante. Definitivamente, ou não.

Um Leão está solto nas ruas (1964)

Um leão está solto nas ruas. Foi discuido do seu domador. Sei que ele está faminto. Não come desde ontem. Preciso encontrar o meu amor. Um leão está solto nas ruas. Já faz um dia que ele fugiu. A turma está aflita, pra vê-lo outra vez, na jaula de onde ela saiu!
Você, que está em casa um conselho vou dar. Feche as janelas, tranque bem o portão. Pois num dado momento sem ninguém esperar, pode aparecer o tal leão. Mas um leão está solto nas ruas, calamidade igual nunca vi. Jamais terá problema de alimentação, se ele encontra o meu broto por aí...

você tinha razão.
engraçado como isso pode virar uma constante.

missão impossível: leoninos regidos pelo sol deveriam ser menos explosivos.


horóscopo
Leonino, a Lua em Touro sugere que você se desapegue do passado e de todas as amarras que o atrapalham de acreditar que você pode crescer e ocupar seu espaço no mundo.

Dica do dia
O tempo que tiver hoje, pode ser bem aproveitado para ficar em casa, curtindo sua família, ou decorando alguma parte de sua casa que não tem lhe agradado.

arrumar meu quarto é uma opção?

22 de fevereiro de 2007

Voltando ao diário.

Talvez seja. Ou ainda uma sensação de culpa que não deveria estar por perto. Por proporcionar (ou não) sofrimentos alheios. Ou ainda por querer que o mundo inteiro sinta-se confortado pela alegria que bate aqui. Não carrego desculpas ou culpas onde passo. Permito-me percorrer estes caminhos com um pé de cada vez. Estranho se sentir assim. Meio sem rumo, mas com um quê de rumo certo.

"Sinto o vento balançar os meus cabelos.
Sinto a brisa em meus olhos..." Marcos Teles

Meu pai (um bom compositor) costumava cantar essa melodia quando éramos pequenas. E, atualmente, volta e meia ela esta aqui. Como dirigir a cento e vinte na highway. Ou como pingos de chuva em dias de casamento de raposa. As núvens estão cada vez mais recheadas de doce. E a saudades de tudo e de todos ainda pulsa. Devo terminar o que comecei. Devo.


Horóscopo Leão
A Lua em Áries o/a deixa um pouco nervoso e achando que as energias não estão favoráveis a você. Tudo pode ser produto de sua mente, portanto pense positivo.

21 de fevereiro de 2007

auto-horóscopo de leão
"cuidado com crises de auto-confiança . as vezes ela atrapalha mais do que ajuda. "
Completo.
Cheio, até a borda.
Transbordo.
Com ponto, sem vírgula e fim.


"Meu amor ele é de mais, nunca é de menos
Ele não precisa de camisa de vênus.
Ouça o que vou dizer, meu bem me ouça!
O que ele precisa é de uma camisa de força..."
zeca baleiro.

19 de fevereiro de 2007

Anedotas de doação
Por Marcus Vinícius Leite

I.
A maior felicidade da minha vida foi ter nascido. Mas, infelizmente, eu não me lembro mais.

II.
Se você dormiu durante a noite, e acordou no dia seguinte, bem-vindo ao clube! A felicidade começa com a constatação do óbvio.
"tenho medo de chegar na idade deles e ser assim"

yara teles sobre a conversa de relacionamentos dos filhos de celma magalhães e fernando magalhães.

amanhã é terça.
yuppie! \o/

18 de fevereiro de 2007

"Não sei a marca do arroz, mas tá soltinho!"
Marcio Garcia, programa O melhor do Brasil.

Anedotas alheias no sábado a tarde.

volta. volta. volta,
aaaargh!

12 de fevereiro de 2007

Escrito a quase dois meses. Mas o importante é que ainda vale-se como reconfortante. Não a flor, nem tão pouco o testamento, mas a poesia. Recordo agora daquela música do simon: i have my books, and my poetry to protect me. I am shielded in my armor. E percebo que só assim consigo verificar que sentimentos são flutuantes. Hora estão aqui, hora estão ali. E talvez estejam também acolá. Quer sair daí de traz desta tela inóspita e procurar? Prometo apenas que será uma daquelas viajens doidas de carro com a janela aberta e a música beeeem alta. E, principalmente, sem viadutos do eixinho élê para atrapalhar a excursão. =)

Testamento de pós-infortúnio
Deixo o meu legado a todos que compartilharam de mim, mesmo que sendo apenas um pedaço. Aqueles que vi apenas uma vez, e que por ventura, nunca mais os veja, deixo o sentimento de que poderiamos ser amigos. A todas as sensações que ainda não experiementei, a noites de calor e dias chuvosos que não consigo me desfazer e muitas outras que poderiam acontecer.

Para os invejosos minha sátira. Aos amigos, deixo livros e fotos, aquelas núvens que toquei, as árvores gigantes que só eu vi e não pude compartilhar, a terra quentinha que um dia planejei andar descalça e não fiz. Façam. Para a família, as lembranças de uma vida intensa. E para ti, somente flores e poesia. Porque o que restou de tudo já foi bem abençoado, e levo comigo algo bom.


Testamentos não são feitos apenas com pertences. Eles tem tudo o que podemos deixar, e o que levaremos. Faço o meu, enquanto a poesia não me abandona. Esperança a todos que ainda tem um mar de infortúnios pela frente. Pois já abandonei o meu. E me sinto leve por tê-lo feito.


publicado inicialmente no fotolog.com/avalyn dia 14/12/06 com scarboroughfair sempre tocando no mp3.
Anedotas curtas e de pouco sentido

O que poderia estar acontecendo. As pessoas provavelmente estão certas, talvez pelo sorriso bobo que não se desfaz de minha face. Ou ainda porque não consigo mentir sobre o bom humor que se instalou. Despretencioso, como sempre. O sentido das palavras regem o sabor da vida.

Sinta-os.


Ontem

O que diria marcie se eu optasse por algo menos furtivo que o abraço de um lobo?

Devo parar de ler horóscopos. Eles deixam as pessoas mais ignorantes de seu próprio destino.

Nunca duvide de um vidente. Ele pode mentir para você. =)


Anteontem
1.
Quero ser criança até não mais conseguir fingir que não consigo amarrar meus próprios cadarços.
2.
Os vinte e poucos anos me separam da inesperada insanidade.
3.
Das estrelas que brilham, poucas fazem algum sentido. Talvez porque agora o céu está mais longe do alcance de minhas magras mãos.
4.
If you see gettin' by, if you see me gettin' high, knock me down.


Probabilidades aritiméticas

I
Prefiro as lágrimas que a sorrisos.
II
Sorrisos são espasmos de tranquilidade. Seria melhor que cuidassemos deles.
III
É melhor não acreditar em números. Eles mentem mais que os sorrisos.
IV
Mentir ou contar verdades não passam de parábolas para crianças. Ninguem acredita.

10 de fevereiro de 2007

Tudo que parece bom, acaba mais rápido do que se imagina.
Falta algo. Não sei o que é, não é tangível. Algo talvez que possa estar para acontecer, ou que, provavelmente, esteja acontecendo. Naquela noite, com aquela pele. Vou mudar o relógio do tempo só para sentir a sensação novamente. E, talvez, tentar conseguir entender o que não pode ser compreendido.
"agora já sei o que fazer!
tenho que dizer mais 'ois'".
charlie brown

1 de fevereiro de 2007

Com lágrimas no rosto

Mais um dia primeiro passa. Será que notaram? Não, só eu costumo notar detalhes de um dia-a-dia que ninguém acha interessante. Decoro datas, locais, roupas, personagens de filmes bobos. Mas tenho um pecado. Não consigo decorar rostos. E pelo visto, aquele rosto não é mais conhecido meu. Não o reconheço. Fico o dia todo tentando lembrar como era o seu olhar quando me via alegre. Não sei se era gentil, meigo ou apenas um olhar compadecido. Não importa mais se o fogo que queimava seus olhos não percorre mais os meus sentidos. Não sinto mais.

Tem hora que até consigo lembrar quando a chuva caia no chão e molhava minha calça jeans e tenis allstars desbotados. Como era estar feliz no final de um filme comercial americano, que a critica vivia dizendo que era vazio e sem conteudo, mas que eu adorava e ria atoa. Até lembrei de como era legal ser criança nos anos oitenta e escutar michael jackson sem ser brega. Ah, devo dizer que voltei a escutar e ele está no meu coração, por menos cor-de-rosa que ele esteja.

Desbotei. Derramei todo o meu sentimento no chão e não consigo secar com o pano. Dudu, minha companheira, uma vez ou outra mia quando imagino que ela diz: "não fique assim. Vai passar." Mas não passa. De manhã, acordo com o pensamento longe. Como se as arvores gigantes ainda estivessem por perto, dizendo numa lingua desconhecida que protegem o homem, apesar dele as derrubar. Então é assim, destruimos o que é essencial para nossa vida e mesmo assim continuamos a sobre-viver.

Quero voltar para todas aquelas nuvens, que de tão baixas, por um instante, parece que é só esticar a mão para toca-las. Voltar para um passado de menina-moça, ingenua e sem nenhuma preocupação. Porque parece que quando somos adolescentes nada de ruim pode nos alcançar? Nenhuma tristeza é totalmente triste, e todas as alegrias estão a um passo de acontecer. Sinto falta disso. De ser jovem. O bacana deste estória de crescer é que tudo o que dizemos que aconteceu pode não ter acontecido. Quem sabe que aquela história que eu contei da minha juventude perdida não foi fruto da minha imaginação? Eu sei.

Alguem leu a minha mao e me disse que eu morreria velhinha. E que aquela promessa que fiz beem baixinho no pé do seu ouvido não se tornará realidade. Tenho minhas dúvidas. Mas um vidente nunca erra. O parente morreu, eu me transformei e hoje não compartilho mais sentimentos. Queria que ele tivesse lido que ganharia uma fortuna em jogos de azar. Isso seria bacana. Mas irreal.

Sequei. As lágrimas que estavam aqui não sei onde foram parar. Todo dia muitos seguem perguntando se estou bem. E a única resposta que consigo dar é que estou legal. Apesar dos infortúnios. Tudo seria mais fácil se meu nome fosse ângela. Não sei. Acho que as nacionais devem sofrer menos que as nao-orientais.

f.i.a.s.c.o

Tudo é o que parece ser. Porém, com um requinte de crueldade que só os aborrecidos sabem proferir. Tem coisas que os pais ensinam, mesmo não dizendo que ensinam. Sou desconfiada e ironica de pai e mae. Enquanto os vizinhos escutam sertanejo, eu prefiro o velho sabbath. Um magro e feio pintcher marron de minha mae.

Killing yourself to live. Maybe not.