17 de novembro de 2011

Duda

Não sei se para a maioria das pessoas que tem um bichinho de estimação a coisa anda por este lado. Eu tenho a Dudu. Na realidade o nome completo é Duda Maria, exótico como ela. Dudu veio como um presente, literalmente. Dia 07 de maio de 1999 eu saí do provão de química do meu primeiro ano do ensino médio e fui bater perna com umas amigas por taguá norte. No meio do caminho, uma loja de pets. Entrei e fiquei brincando com um gato preto. O dono da loja disse que o gato era arrisco, mas que não sabia prq estava gostando de mim. Então o deu para mim. Coloquei o gato no casaco e fui de ônibus pra casa. Deitei mais cedo, pois não queria que minha mãe visse o gato. Não adiantou. Viu e brigou, dizendo que tínhamos gatos de mais (à época eram 18). Não liguei. Bom, já se fazem muitos anos. Dudu e eu temos uma relação próxima. Ela dorme comigo, eu brinco com ela. Na maior parte do tempo ela fica deitada no meu colo, como se entendesse quando estou triste, quando quero companhia. No último dia 15 pela manhã recebi uma notícia nada boa sobre a saúde de Dudu. Ela estava internada desde o dia 12, com anorexia e desidratação. Não deixei de alimentá-la, o problema é que ela não queria mais comer. Descobrimos a causa, um câncer no pulmão. Não dá para operar, nem retirar os tumores da derme. Caí. Não sei mais o que fazer. Dudu é muito especial, não quero privá-la da vida, mas não posso deixá-la morrer em casa, sem fazer nada. Ela anda cambaleante agora. Tudo começou há três semanas. Perdeu peso muito rápido e os tumores da pele, com o estresse da internação, aceleraram o metabolismo e cresceram a ponto de romper a pele. A orientação é que ela não pode fazer o tratamento, pois até a anestesia inalatória a poderia matar. Estou devastada com isso. Dudu já está idosa, mas não precisava passar por isso. De manhã, fico olhando ela comer, ajudando a beber agua, dando vitamina para ela engordar, nem que seja 20 gramas... Mas está muito difícil vê-la assim...